Ao se aproximar o início do ano letivo, é importante frisar
a seriedade de um ensino de qualidade na Geografia, pois infelizmente o que se
vê atualmente no âmbito escolar é um certo descaso com esta disciplina,
tornando-a totalmente passiva e enfadonha, passando para os estudantes um ar de
pouca ou nenhuma importância, sempre deixada em segundo plano, mas isso
acontece principalmente pela forma com a qual muitos professores ainda utilizam
para lecionar Geografia.
A visão ultrapassada de que a Geografia resume-se apenas em
decorar as capitais dos estados e países, ou desenhar e colorir alguns mapas
ainda é bastante utilizada em sala de aula, e este é um dos principais motivos
pela falta de interesse nesta disciplina por parte dos estudantes. Um fato do
qual se pode ter certeza é que esta ciência sem sombra de dúvida é bastante
fascinante, e apenas pela origem da palavra pode-se perceber isto, do grego
temos geo = Terra + graphien = descrever. Portanto, a Geografia descreve a
terra, desde o seu surgimento, até as paisagens que resultaram da relação homem
e natureza, estudando além desta relação (homem/natureza) a relação do homem na
sociedade e com a sociedade nos mais variados aspectos. De maneira mais
simples, a ciência geográfica se divide em física e humana. Na Geografia Física
existem diversas áreas realmente instigantes, como: Geologia, que estuda dentre
outros fenômenos o surgimento da terra, a Geomorfologia que estuda as formas do
relevo terrestre, a Pedologia que estuda o solo, a Hidrogeografia que estuda a
água do planeta, a Climatologia que estuda o clima e suas dinâmicas, a
Biogeografia que estuda todos os tipos de vida na terra, dentre muitas outras.
Na Geografia humana que tem como principal objetivo estudar
temas, relações e dinâmicas entre homem, sociedade e meio ambiente, temos outra
infinidade de áreas, como: a Cartografia que é responsável pela criação e
interpretação de mapas, a Demografia que estuda as dinâmicas populacionais de forma
quantitativa e qualitativa, a Geografia urbana que estuda o surgimento e as
transformações nas cidades, a Geografia das indústrias, a Geografia politica, a
Geografia econômica, a Geografia agraria, dentre inúmeras outras áreas de
assuntos relevantes para o Brasil e todo o planeta.
Na Geografia humana é importante frisar no que diz respeito
à formação do pensamento crítico dos jovens estudantes, pois na abordagem de
várias áreas da mesma, se discute muitas questões, como o sistema de produção
vigente atual no mundo: o capitalismo. A dificuldade da aceitação de um
desenvolvimento sustentável por parte dos países ricos, as desigualdades
sociais, a corrupção brasileira na politica, etc.
Em suma, estes e outros assuntos deverão ser sempre debatidos
em sala de aula, para que assim tenhamos jovens mais conscientes dos seus
direitos e deveres como verdadeiros cidadãos, além de desenvolverem seu senso
crítico, por isto, os educadores não podem (nem devem) perder a
esperança.Sabemos que o futuro dos nossos estudantes não está completamente nas
mãos dos seus docentes, mas, há de se convir que todos, que também já foram
alunos sabem como a influência e o incentivo de um bom professor pode fazer
transformações surpreendentes em seus alunos. No mais, apesar dos problemas corriqueiros
que já sabemos sobre a falta de investimentos em uma educação de qualidade,
cabe também a nós pensarmos qual o nosso papel como educadores, como sujeitos
ativos no desenvolvimento e na exposição, não só da Geografia, mais das
experiências que geram o conhecimento, sem nos ater a limites ou antigos
paradigmas que podam o conhecimento.Lembremos de uma frase de Raul Seixas:
“Prefiro ser uma metamorfose ambulante”. O educador é este ser que deve estar
sempre se formando, antes de formar.